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domingo, 8 de abril de 2012

UMA REFLEXÃO SOBRE O “EU” COMO PROFESSOR DE HISTÓRIA

Apesar de ser um tema “simples” para muitos é um pouco raro ou difícil realizar uma auto avaliação, isto é, será que a identidade profissional do professor de História possui intrinsicamente características teórico-metodológicas de ensino?
Contudo, compreende-se que este exercício necessita de tempo e de uma pequena abstração que se obtém com o estudo das Teorias da História, para tanto precisará romper as barreiras que aparecem durante o ano letivo, como a falta de tempo para planejar suas aulas, poucos períodos semanais no caso da História, etc.
Durante o período da graduação bebemos em diversas fontes teóricas da História, desde Heródoto a Le Goff. É neste instante que acredito que nossa identidade profissional começa a ser traçada, e durante os anos de docência a ser lapidada. Acredito que sem a Teoria o profissional estará realmente flutuando em sua prática, sem os necessários pilares para as trocas de experiências e de conhecimento entre o professor e seus alunos.
O professor é um sujeito ativo, empreendedor e por que não também dizer administrador, e para contemplar tais qualidades se faz necessário que ele esteja na medida do possível “por dentro” dos assuntos que movem o mundo, o seu país, a comunidade da escola em que leciona etc. Digo isto, por que a discutida história do tempo presente está muito mais ao alcance e ao entendimento dos alunos do que os princípios democráticos da Antiguidade Clássica, ou das transformações meteóricas renascentistas e iluministas.
Cuidando para não cair nas armadilhas anacrônicas, o profissional deve sim fazer um elo entre o passado e o presente, afinal estudamos ou não, ensinamos ou não as ações transformadoras do homem. Ou seja, os atos de ensinar e de educar, perpassam a ideia do professor sujeito que detém exclusivamente o conhecimento, os alunos não são cascas vazias as quais despejamos a “matéria” e sim são sujeitos detentores de conhecimento e de vivências que os habilitam a serem formadores de opiniões, e que com certeza muitas vezes serão contrárias ao do professor e a dos seus colegas, o papel do educador será lapidá-las pedagogicamente.
Contudo, quanto à questão que enunciei nas primeiras linhas deste pequeno ensaio, digo-lhes que os professores em suas diversas áreas quando estipulam suas diretrizes para as práticas pedagógicas de alguma forma se deparam com as suas características teórico-metodológicas de ensino. Adicionando a elas as práticas e as experiências pedagógicas constituirão a sua identidade profissional, no meu caso, a do professor de História.

O PRINCÍPIO DOS GOVERNADORES GERAIS NA AMÉRICA PORTUGUESA

O colonizador Luís de Góis escreveu em maio de 1548 uma carta desesperadora para o rei dom João III, e nela dizia: “(...) se com tempo e brevidade Vossa Alteza não socorre a estas capitanias e costa do Brasil, ainda que nós percamos as vidas e fazendas, Vossa Alteza perderá a terra (...) porque não está em mais de serem os franceses senhores dela”.

Tais anseios foram atendidos, em janeiro de 1549 o rei Dom João III resolveu interferir nos entraves que ocorriam no início do Brasil Colonial, com a nomeação de um governador-geral e a instituição da capitania da Bahia como sede deste governo centralizado, que serviu para diminuir a ação da pirataria francesa e dos conflitos entre os colonos, como também os embates contra os indígenas.

A missão que o primeiro governador-geral deveria cumprir no Brasil fora detalhadamente definido pelos artigos do regimento real assinado em dezembro de 1548, uma espécie de “carta magna” do Estado brasileiro. Ao assumir o governo Tomé de Souza, fidalgo e rico aventureiro da carreira das índias, precisou lidar com problemas coloniais desde os mais insignificantes como as disputas entre comerciantes e lavradores, também trouxe ações punitivas aos índios, incentivou o assentamento de colonos transformando-os em “moradores” e auxiliando-os com gado de Cabo Verde, combatia o comércio ilegal do pau-brasil e defendia as matas brasileiras.

O corpo administrativo da colônia estava integrado pelas câmaras que eram compostas por até seis membros, chamados de oficiais da câmara com atribuições específicas. Estas câmaras eram os órgãos locais de administração com funções nos vários setores da vida econômica, social e política da Colônia.